quinta-feira, 29 de março de 2007

Shhhh...

Escutou?
Não, espera um pouquinho...
E agora? Nada?
Então, ta certo, era isso mesmo, o silêncio.
Não entendeu? Calma, vou explicar.
A correria do dia a dia faz a gente perder os cinco sentidos aos poucos.
Você saboreia de verdade o prato de comida na hora do almoço?
Você repara ou enxerga todas as cores, tons, luzes que estão a sua volta?
Você sente o calor das pessoas quando recebe um abraço?
Você sabe qual o cheiro do seu ambiente de trabalho? (estranho, mas pensa um pouco, tudo tem um cheiro).
Você sabe qual é o som do silêncio?
A gente nem presta atenção nessas coisas, a gente acostuma. Viramos rotina.
È estranho né, nunca tinha pensado nisso, hoje eu fiz algo que me deu esse “estalo questionante” (chamo assim agora a famosa idéia que vem do nada). Estava no canteiro central da Avenida Paulista, esperando o farol abrir para atravessarmos. Não sei por que, mas fechei os olhos por uns instantes, e em segundos todo aquele barulho dos carros e pessoas entraram em um ritmo gostoso de ouvir. Quando a gente priva um dos sentidos, instantaneamente outro se aguça (é uma questão fisiológica, não me pergunte o por que) e o fechar dos olhos “abriu” meus ouvidos, fiz uma descoberta meio estranha.
Meu silêncio é sonoro, não é o que você ouve, é o que você acredita.
Sim, confuso. Pense assim, cada silêncio é diferente para cada pessoa.
Portanto não importa o que você escuta ou deixa de escutar e sim no que você acredita e descobre ser o seu silêncio.
O meu eu descobri no meio da Paulista, em meio aos carros e buzinas.
Meu silêncio é... azul, refrescante, tem cheiro de chuva e gosto de trident verde (era o que eu estava mascando).
Meio maluco né?
Mas quem não é, somos todos e não percebemos (como dito antes, acostumamos).
Mas já falei demais (escrevi), fico por aqui.
Quem sabe durante essa leitura você não descobriu como é o seu silêncio?
Ainda não?
Para e pensa, o que você ouvia enquanto estava lendo? Talvez fosse o som do seu silêncio. É só escutar... ou melhor deixar de escutar.
Shhh...
Ouviu?..

quinta-feira, 8 de março de 2007

Seu 08 de março...

Mulher...

Complicada, louca e... Maravilhosa. Por essas e outras, não conseguimos viver sem.

Nosso eterno vício bom, a mais perfeita contradição.

Contradição?

Tentamos ser rudes e fortes para protegê-la, quando na realidade é o seu colo que nos conforta em situações de tristeza.

Pensamos que mandamos, só pensamos mesmo. No final tudo que fazemos tem um motivo (por mais que escondido) de te agradar.

Tentamos ser engraçados, para fazer você rir, mas a verdade é que o seu sorriso nos faz sorrir.

Pele, abraços, carinhos.

Cheiro. Nada melhor que teu cheiro de mulher, simples e sofisticado ao mesmo tempo. Cada perfume diferente é um motivo a mais pra fechar os olhos e por alguns instantes somente sentir.

Boca, o gosto do beijo, mordidas, sorrisos. Se existe algo que me atrai muito é sua boca, o jeito que uma boca completa um rosto, pode me deixar maluco.

Palavras. Acho interessante como uma conversa com o sexo oposto flui tão melhor.

Cabelos. Não é preciso dizer nada, todo mundo sabe o que é um bom cafuné, tanto fazer um, quanto receber um, vira mais um vício dentre tantos que você proporciona.

Sexo, corpos em contato, atração, tesão, também não é preciso explicar né.

Música. Motivos e inspirações, por que será que existem tantas feitas especialmente para você mulher? Com certeza não é mera coincidencia.

Bom, só sei que nós homens tentamos camuflar nossa imaturidade e real admiração por vocês com nosso ar machista e poses de herói.

Mas a realidade é outra, como já dizia Leoni: “Perto de você mulher, somos só garotos”...

terça-feira, 6 de março de 2007

E na estante dos cds...

Aperte play.

Todo mundo diz, ou já ouviu, pelo menos uma vez que a vida devia ter trilha sonora. Sem querer ser mais um escrevendo sobre esse clichê (porém já sendo), eu andei reparando na minha trilha sonora.

Nos últimos dias parece que a trilha anda meio depressiva, não só para mim, como para um grande numero de pessoas que eu convivo.

Parecemos parte de um CD de rock melódico, cada um faz parte de uma faixa, mas todas têm em comum um ar de melancolia. Guitarras chorando e ao fundo um violão triste canta baixinho. A bateria só entra no meio da música, marcando uma revolta com a situação. Agora, o grito da guitarra é mais forte, a bateria segue numa levada ofensiva, a orquestra ao fundo, sim estou falando de uma mega-banda, ergue-se ao som das cordas e sopros, todos os instrumentos entram em uma competição de quem vai tocar mais alto, com mais vontade. O coração bate mais e mais forte, tentando pular ao compasso de quatro tempos (Básico em qualquer rock) sufocando, suando...
...Repentinamente no ápice da revolta, ela acaba. Vai desaparecendo ao som do mesmo RIFF triste do começo, o corpo se conforma, e relaxa.

No final não passou de mais uma musica triste e só.

Hoje eu parei pra pensar. A gente sabe quando está mal mesmo, quando essas músicas tristes começam a fazer sentido, mesmo a gente não prestando atenção na letra. Quando só a combinação de acordes menores (na música os acordes “tristes”), é capaz de desencadear uma série de sentimentos.

Hoje eu não parei pra pensar na vida, parei pra pensar na trilha. Percebi que quem faz a trilha somos nós mesmos, que a gente escolhe o CD que vai ouvir no carro, a gente que seleciona as músicas do mp3, a gente que decide se vai ouvir ou não aquela estação de rádio. Da mesma forma que a gente tem que achar o caminho pra melhorar essa trilha. Não adianta ficar parado, a música triste continua tocando enquanto o botão Repeat estiver pressionado, cabe a nós mesmos desligá-lo.

Se a minha trilha eu mesmo faço, vou tentar encontrar um set list que me agrade. Quem sabe eu já não encontrei uma nova, escutei sem muita pretensão e deixei ali pausada, vai ver só falta apertar o PLAY novamente.

Só sei que vou seguindo e torcendo para que na próxima trilha, as músicas alegres, essas sim, comecem a fazer sentido.

domingo, 4 de março de 2007

A questão do tempo.

Parou para pensar no tempo, ou melhor, parou para pensar sobre o tempo. Tudo bem vai. Nem parou (pois só de parar já se perde muito tempo) simplesmente pensou.






Os dias e horas são como carros em uma avenida, passam rápidos e as pessoas nem reparam muito, são somente pecinhas sobre um enorme tabuleiro de um Jogo da vida.
Só param para prestar atenção, quando tem que atravessar essa avenida, dizem “Nossa, esses carros estão andando rápido demais” e estão mesmo, de fato, nosso tempo está em constante movimento, em alta velocidade, o risco de acidente é eminente e quando menos se espera, ele bate de frente. De repente, parece estar tudo em câmera lenta, em horário de rush numa radial leste. Só assim gente percebe que estava indo rápido demais.

Quantos anos? (sim, a pergunta não mais está relacionada às horas, dias ou meses).

Fiz essa pergunta hoje. Saí com pessoas as quais essa pergunta relacionada aos anos, já pode ser feita. É complicado pensar que a gente nem imaginava que os caminhos se tornariam tão... Como se tornaram. Nossos dias de colégio passaram voando, e se tornaram meses, e estes viraram anos.

Quando era o presente a gente nem pensava, afinal o agora não se pensa, se vive. Porém virou passado, agora sim a gente pensa, reflete, sente saudades.
O futuro era uma incógnita. Fazíamos planos (todo mundo faz), mas como saber o que estava por vir? E o pior, quando estava por vir?

Virou presente. Vimos que muita coisa muda e muita continua a mesma. Que o que nos assustava, já não assusta mais, já não é mais uma incerteza, virou momento.
Filosofar sobre o tempo vira uma questão de insanidade, pois as variáveis são muitas e as opiniões contraditórias, não existe certeza nenhuma... Ah sim, existe uma: O tempo passa.

Hoje foi um dia pra pensar sobre o assunto. Fiquei feliz. Vi que já posso contar nossas amizades em anos, vi que mesmo que a gente passe só um tempinho juntos, já é o suficiente pra aliviar meu dia (e desencadear uma série de pensamentos como os escritos), vi que eu posso contar e que também posso ajudar quando qualquer um de nós tiver algum problema.

Nosso futuro? Eu não sei.
Nosso presente, a gente vive.
Nosso pretérito? Bom, com certeza, posso dizer uma coisa. Foi mais que perfeito.